simbolo do nazismo cristão |
As
ocorrências no mínimo moralmente discutíveis da igreja na história
são inúmeras, da perseguição inquisitória ao costume de
exploração de pessoas humildes por um teologia capitalista, a
igreja, como instituição, se desfez dos verdadeiros caminhos muitas
vezes.
Um
destes momentos foi o período entre guerras, na realidade contextual
da Alemanha. Lá, muitos evangélicos apoiaram o golpe autoritário
do nazismo e abraçaram de olhos fechados a ideologia de raça e povo
superior, bem como, a violência e a idolatria pelo estado,
expurgando assim dos mais diversos grupos, os direitos e o prazer de
viver uma vida humana. A igreja alemã cedeu as seduções do demônio
e virou as costas ao Espírito Santo.
Desta
involução teo-política, surgiu o Movimento Cristão Alemão e a
Igreja do Heich, que sintetizou em suas fileiras as teses do
nacional-socialismo e cristianismo positivo, flertando com posições
neopagãs e materializando práticas avessas ao cristianismo
evangélico, como a queima e impedimento de difusão de bíblias.
Contudo,
a fé evangélica alemã não se desfigurou por completo, entre
aqueles que combateram o nazismo e sua ideologia, existiam não só
intelectuais de esquerda e comunistas, mas também cristãos leigos,
pastores e teólogos, dentre os quais Karl
Barth
e
Martin Niemöller.
Destes
cristãos contrários ao terrível arcabouço ideológico e prático
do nazismo, expressos nas mais diversas esferas,
surgiu o
que ficou conhecido como o movimento da igreja confessante. Nela,
cristãos protestantes de diferentes confissões, reafirmaram, apesar
de suas diferenças teológicas, seus compromissos com os princípios
evangélicos de uma fé coerente.
Perseguida
pelos nazistas, a igreja confessante não abriu mão de suas
posições, mas no
desenrolar da sua história acabou sofrendo grande retaliações do
sistema
político autoritário.
Houve
prisões
e bens confiscados, dentre os presos e mortos estava Martin
Niemöller.
Contudo,
a igreja confessante não teve seu legado destruído ou sequer
diminuído. Ficou-se como grande ensino que a igreja do Senhor não
deve se dobrar diante de nenhuma conjuntura política ou social. A
vida cristã não é governada pelos desejos dos homens, mas pelo
decreto do próprio Deus. Para concluir, deixo uma citação da
Declaração Teológica de Barmen, documento sintetizador dos
paradigmas deste movimento cristão:
A Igreja cristã é a comunhão dos irmãos, na qual Jesus Cristo, em Palavra e sacramentos, através do Espírito Santo, age de uma maneira presente como Senhor. Na condição de Igreja de pecadores agraciados, ela tem a tarefa de testemunhar em meio a um mundo pecador, tanto com sua fé como com sua obediência, tanto com sua mensagem como com sua ordem, que ela é somente propriedade do Senhor, que vive e pretende viver somente de seu conforto e a partir de sua orientação na expectativa de sua volta.
Bibliografia
OLIVEIRA, Edson Douglas de. A TEOLOGIA DO SÉCULO XX: KARL BARTH. In: Comunidade Cristã Wesleyana. Disponível em: http://comunidadewesleyana.blogspot.com.br/2008/11/karl-barth.html
Igreja
Nacional do Heich in: Wikipédia. Disponível
em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_do_Reich
Martin
Niemöller in:
Wikipédia. Disponível
em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Niem%C3%B6ller
Igreja Confessante in: Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Confessante
Declaração Teológica de Barmen in: Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Declara%C3%A7%C3%A3o_Teol%C3%B3gica_de_Barmen
SCHLEGEL, Doug. CHRISTIANS TAKE STAND AGAINST 'MESSIANIC STATE in: WND FAITH, 01/2013. Disponível em: http://www.wnd.com/2013/08/christians-take-stand-against-messianic-state/
Movimento
Cristão Alemão in: Wikipédia. Disponível
em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Crist%C3%A3o_Alem%C3%A3
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