A
Igreja do Nazareno tem sua história de origem marcada por um
momento bastante importante para o evangelicalismo, o surgimento de
uma onda de congregações compromissadas com a santidade. Como uma
dessas comunidades de fé, a Igreja do Nazareno se estabeleceu como
uma igreja simples, do povo para o povo, voltada a promoção dos
valores do reino e para a pregação salvífica. Uma igreja de base
soteriológica armínio-wesleyana, fundamentada na tradição
apostólica, firmada no compromisso da pregação, ensino e prática
do perfeito amor ou inteira santificação.
Nascida desta
conjuntura histórica especial, seu desenvolvimento se deu rápido
muito graças a uniões de várias igrejas, que vieram a encorpar a
denominação e apesar de alguns problemas enfrentados, a construção
de uma identidade e o firmamento do compromisso para com aquilo que
era essencial, ou seja, a Palavra de Deus, a salvação e santidade
foram estabelecidos. Ainda neste processo de desenvolvimento, Igreja
do Nazareno demonstrou-se como comunidade missionária e se
estabeleceu como uma denominação para além da fronteiras de seu
país de origem, o Estados Unidos.
O
sucesso da obra nazarena se deu ao compromisso com um relacionamento
sincero e contínuo com Deus, assim como também sua promoção
através da educação e da diaconia. Este fato foi fundamental para
evitar que os excessos da religiosidade pentecostal e também da
fundamentalista desconstruísse o legado wesleyano preservado pela
Igreja do Nazareno, bem como as novas tendências teológicas
trazidas pela reflexão liberal desmontassem o compromisso nazareno
com os postulados ortodoxos presentes no artigo de fé.
Ao evitar os
excessos liberais, fundamentalista e pentecostais, a Igreja do
Nazareno estabeleceu um legado pedagógico sólido que reverbera na
atualidade principalmente no que consta ao Estados Unidos.
Infelizmente, em algumas missões esta base pedagógica carece de
maior solidez e eventuais problemas surgiram, bem como alguns
entraves no crescimento em especial em algumas regiões da América
Latina.
Na atualidade, a
Igreja do Nazareno se mantém em crescimento não só na quantidade
numérica da membresia, mas na sua qualidade. As iniciativas
nazarenas são inúmeras e nas mais diversas áreas. No contexto
brasileiro, a denominação tem avançado bastante no nordeste, o
ensino de uma teologia verdadeira compromissada com a ética, a
santidade e a salvação expressas no evangelho e que vai de encontro
com as mentiras da teologia da prosperidade são um alívio para
cristãos evangélicos cansados do midiatismo e da hipocrisia que
ronda denominações inteiras.
Apesar
disso, limitações bastante visíveis existem e são de urgente
trato, ainda há grande carência de publicação de material que
trate da perspectiva armínio-wesleyana em língua portuguesa
especificamente, o que tem permitido uma fragilização na formação
teológica de líderes e leigos, por vezes acarretando um abandono ou
empobrecimento do nosso legado teológico. Entretanto,
isso não é algo exclusivo da denominação, mas um problema que
acomete de modo geral igrejas arminianas brasileiras. Problemas de
cunho ortoprático também se demonstram: o individualismo, a falta
do exercício diacônico e o egocentrismo evangélico são realidades
que felizmente são combatidas pelo bom ensino da Palavra, algo que é
prerrogativa fundamental da Igreja do Nazareno.
Como desafio para o
futuro próximo ou distante em nível mundial que espera a Igreja do
Nazareno está principalmente a realidade pós-cristã que constrói
cada vez mais um ambiente hostil para os fundamentos cristãos, assim
faz-se urgente que a igreja se firme como painel para a ética cristã
através de uma santidade ativa no mundo que se manifeste tanto nos
símbolos de fé, quanto na prática desta fé, passando pelo ensino
correto da fé. Além disso, a Igreja do Nazareno deve se pôr na
brecha dos mais vulneráveis e excluídos, atualmente pessoas em
situação de diáspora, como peregrinos nesta terra é compromisso
nosso ajudar peregrinos, imigrante, estrangeiros e refugiados.
Tendo por contexto
a realidade latino-americana, se ressalta como desafios a
implementação de uma educação ainda mais forte, uma busca pela
capacitação ao evangelismo, uma integralização do evangelho com
as culturas populares das comunidades latino-americana, em especial
os povos não evangelizados, bem como uma maior sensibilidade para
com as condições políticas, seja a pobreza, seja a destituição
dos direitos de maneira geral.
No
caso brasileiro, os desafios da Igreja do Nazareno como instituição
giram em torno do estabelecimento de missões em lugares ainda não
alcançados, em especial o sertão e o norte do país, regiões
estatisticamente comprovadas como carentes da atuação evangelical,
sempre levando em consideração o tripé relacional wesleyano:
relação entre o ser humano e Deus, ser humano e natureza e por fim,
ser humano e ser humano.
Como último ponto,
a educação teológica e a publicação de materiais que construam e
fortaleçam a identidade nazarena no país é uma prioridade urgente,
através disso, a igreja brasileira aprenderá sua história, fincará
suas raízes, será motivada a ter uma maior comunhão e por fim se
estabelecerá como uma igreja militante, agente de Deus na história.
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