terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

O que é Liberalismo Teológico?



O liberalismo é um movimento teológico fruto do iluminismo e do racionalismo, sua origem está ligada principalmente a Alemanha durante a virada do século XIX para o Séc XX. Apesar de não ser um movimento teológico novo, seu legado está ativo tanto no Brasil quanto no mundo quando falamos de reflexão teológica, nos âmbitos das pesquisas acadêmicas e também nas esferas de formação de futuros teólogos e pastores. Sua presença em seminários e faculdades teológicas,, funciona transformando a fé mais espiritual em fé secularizada.

 O marco do liberalismo é sua rejeição aos postulados hermenêuticos da ortodoxia cristã, o produto disso é o seu relacionamento peculiar com as Escrituras e por consequência sua obsessão pela busca do Jesus histórico que seria diferente daquele retratado como o Jesus Cristo ou Jesus da fé. Este relacionamento com a Escritura é marcado por uma leitura crítica e desconstrutiva da Palavra. A bíblia acaba por se tornar um livro escrito por homens, uma costura de noções sobre Deus, o que trocando em miúdos significa que o liberalismo rejeita o postulado ortodoxo que entende a Bíblia como infalível e inerrante, como a Palavra de Deus.

 O olhar liberal sobre as verdades bíblicas acaba por desenvolver uma nova concepção do que realmente é o descrito como inspirado por Deus nos testamentos. O liberalismo desqualifica a Bíblia como revelação sobrenatural de um Deus sobrenatural e no seu entendimento o que se encontraria dentro do velho e novo testamento são um conjunto mais ou menos coeso de registros histórico-culturais e mitos diversos. A partir disso, o liberalismo defende que fatos históricos foram manipulados e ampliados no decorrer da formação do cânon para a construção da religiosidade cristã como a conhecemos, portanto, todo o registro bíblico estaria passível de desmitologização.

 A desmitologização seria a separação entre o fato histórico, o mito e o significado existencial que expressaria aquelas passagens contenedoras destes últimos. Tal exercício seria fruto da descrença na mística da bíblia como produto da ação sobrenatural de Deus e levaria ao entendimento cientificista, ou seja, a maneira limitada e limitadora de pensar que tudo aquilo descrito como pertencente ao âmbito do sobrenatural e miraculoso deve ser passível de explicação científica, cognoscível em padrões racionais de entendimento. Tudo que foge desse raciocínio deve ser entendido como exagero da verdade ou mito.

 Juntamente com a proximidade do existencialismo filosófico, que hipervaloriza a experiência individual do sagrado e desvaloriza a revelação objetiva e principalmente escriturística, o liberalismo ao secularizar o sobrenatural empobrece o cristianismo e se torna uma religião areligiosa, uma fé ateia. As consequência do liberalismo são imediatas e de longo prazo, desestabiliza os fundamento da fé daqueles que são fracos e acaba destruindo igrejas, pois não promove o reino de Deus.

 O liberalismo ainda nega a divindade de Jesus e sua eterna geração pelo Pai, ou seja, seu caráter como unigênito de Deus, bem como sua ressurreição literal. Apresenta também o universalismo como proposta soteriológica, descartando a verdade do inferno e do céu como descritos na Bíblia.

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