O liberalismo é um movimento teológico fruto do iluminismo e do
racionalismo, sua origem está ligada principalmente a Alemanha
durante a virada do século XIX para o Séc XX. Apesar de não ser um movimento teológico novo, seu legado está
ativo tanto no Brasil quanto no mundo quando falamos de reflexão
teológica, nos âmbitos das pesquisas acadêmicas e também nas
esferas de formação de futuros teólogos e pastores. Sua presença
em seminários e faculdades teológicas,, funciona transformando a fé mais espiritual em
fé secularizada.
O marco do liberalismo é sua rejeição aos postulados hermenêuticos da ortodoxia cristã, o produto disso é o seu
relacionamento peculiar com as Escrituras e por consequência sua
obsessão pela busca do Jesus histórico que seria diferente daquele
retratado como o Jesus Cristo ou Jesus da fé. Este relacionamento com a Escritura é marcado por uma leitura
crítica e desconstrutiva da Palavra. A bíblia acaba por se tornar
um livro escrito por homens, uma costura de noções sobre Deus, o
que trocando em miúdos significa que o liberalismo rejeita o
postulado ortodoxo que entende a Bíblia como infalível e inerrante,
como a Palavra de Deus.
O olhar liberal sobre as verdades bíblicas acaba por desenvolver uma
nova concepção do que realmente é o descrito como inspirado por
Deus nos testamentos. O liberalismo desqualifica a Bíblia como
revelação sobrenatural de um Deus sobrenatural e no seu
entendimento o que se encontraria dentro do velho e novo testamento
são um conjunto mais ou menos coeso de registros histórico-culturais
e mitos diversos. A partir disso, o liberalismo defende que
fatos históricos foram manipulados e ampliados no decorrer da
formação do cânon para a construção da religiosidade cristã
como a conhecemos, portanto, todo o registro bíblico estaria
passível de desmitologização.
A desmitologização seria a separação entre o fato histórico, o
mito e o significado existencial que expressaria aquelas passagens
contenedoras destes últimos. Tal exercício seria fruto da descrença
na mística da bíblia como produto da ação sobrenatural de Deus e
levaria ao entendimento cientificista, ou seja, a maneira limitada e
limitadora de pensar que tudo aquilo descrito como pertencente ao
âmbito do sobrenatural e miraculoso deve ser passível de explicação
científica, cognoscível em padrões racionais de entendimento. Tudo que foge desse raciocínio deve ser entendido como exagero da
verdade ou mito.
Juntamente com a proximidade do existencialismo filosófico, que
hipervaloriza a experiência individual do sagrado e desvaloriza a
revelação objetiva e principalmente escriturística, o liberalismo
ao secularizar o sobrenatural empobrece o cristianismo e se torna uma
religião areligiosa, uma fé ateia. As consequência do liberalismo
são imediatas e de longo prazo, desestabiliza os fundamento da fé
daqueles que são fracos e acaba destruindo igrejas, pois não
promove o reino de Deus.
O liberalismo ainda nega a divindade de Jesus e sua eterna geração
pelo Pai, ou seja, seu caráter como unigênito de Deus, bem como sua
ressurreição literal. Apresenta também o universalismo como
proposta soteriológica, descartando a verdade do inferno e do céu
como descritos na Bíblia.
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