Paz e graça! Esse texto fez parte de uma das avaliações da disciplina Identidade Nazarena e resolvi postar aqui no blog com leves adaptações já que originalmente tratava-se de uma discussão e não de um artigo.
Como uma igreja do movimento de santidade, a Igreja do Nazareno necessita de uma santidade prática e um resgate de nossa
identidade soteriológica, ou seja, o fortalecimento do arminianismo
wesleyano. Nesse diálogo sobre identidade, devemos como instituição nos questionar se além de uma coerência no nosso conteúdo teológico,
se também deve haver uma lógica litúrgica comum, uma forma que
"emoldure" as Igrejas do Nazareno espalhadas pelo Brasil e
mundo.
Nesta caminhada é dever de todo nazareno lembrar que a denominação nasce com um olhar voltado aos pobres, a igreja deve ir não só na contramão do mundo no sentido espiritual, mas também no combate aos ditames do capitalismo como mortificador do espírito. A educação também é nossa bandeira e nisso a importância da EBD e também sua crise institucional devem ocupar espaço prioritário nessa discussão sobre identidade.
Nesta caminhada é dever de todo nazareno lembrar que a denominação nasce com um olhar voltado aos pobres, a igreja deve ir não só na contramão do mundo no sentido espiritual, mas também no combate aos ditames do capitalismo como mortificador do espírito. A educação também é nossa bandeira e nisso a importância da EBD e também sua crise institucional devem ocupar espaço prioritário nessa discussão sobre identidade.
Bem, o fato é que necessitamos de contextualização de nossas raízes para os
desafios contemporâneos e a "limpeza" de elementos que não
deveriam ter sido adotados. Para isso, o caminho é olhar para trás, para toda a
história da Igreja de Jesus e também para nosso legado como
denominação e a partir de uma espécie de dialética temporal
construir algo que espelha o antigo, não sendo portanto todo novo,
mas não o reproduz e por isso o é comunicável as gerações
presentes.
O primeiro passo de fato é o
entendimento integral da perfeição cristã, a santidade não é
abstenção do mal, mas a inundação do amor divino, não é apenas
teoria, prática ou emoção e sim a interdependência destes três
aspectos, pois assim era o Cristo, compadecido, doutor e agente de
uma realidade escatológica de esperança, afinal era ele mesmo esta
realidade encarnada.
Se nosso entendimento de perfeição
cristã é sinônimo de amor divino em ação, apegar-nos a nossa
raiz soteriológica nada mais é do que professar o amor de Deus
também no anúncio da Salvação. Tudo provém de Deus, sua graça é
que nos sustenta e nos move a amá-lo e isso não está restrito a
uma porção de indivíduos considerados eleitos, a igreja está
eleita para salvação em Cristo, e todos que respondem com fé a
graça capacitadora deste amor estão no Cordeiro que tira o pecado do mundo e usufruem da predestinação que recai sobre a igreja ou seja, a predestinação para vida
eterna.
Se amamos, nosso compromisso deve
ser com aqueles que são carentes de amor, os desajustados do mundo,
os pobres, órfãos, viúvas e vulneráveis, pois esta é a
verdadeira religião. Salvação e compaixão andam juntas, Deus é
Deus inteiro, comunitário, que abraçou o sofrimento não em
espírito, mas em corpo. A preocupação não deve ser com
os misticismos extravagantes das unções poderosas, que de poderosas
nada têm. Nosso compromisso é o mesmo que aquele do nosso
nascedouro como Igreja e Igreja do Nazareno, uma vida em abundância que envolve o espírito e o
corpo.
Mas, como combater os excessos das
igrejas que mais parecem mercados da fé e que se prestam ao mísero
papel de clube de entretenimento ou mortas espiritualmente executam
deveres e ofícios religiosos tal qual um profissional em seu
trabalho? Isso
perpassa pela redescoberta do ensino dentro da igreja e em minha
opinião a ferramenta mais útil ainda é a EBD, mas para que isso
ocorra se deve olhar para fora, pois se as lições não
dialogam com a realidade do mundo como podem formar cristãos
eficazes? Cristo ensinou porque seu ensino era relevante e ainda o é,
mas a igreja precisa deixar de se tratar como irreverente e irrelevante
no diálogo e apontamento da saída para os desesperos do mundo.
Santidade ao Senhor é nosso lema, santidade é amor em ação, que
assim sejamos então.
Sobre liturgia, acho que andarmos no
conteúdo de nossa identidade de maneira coerente, nossa forma será
influenciada, assim cantaremos e pregaremos o que nunca deveríamos
ter deixado de cantar e pregar, bem como oraremos como se deve orar,
o que mesmo assim, ao meu ver, não inviabilizaria a adoção de uma
fórmula litúrgica mais rígida, tal forma deveria em minha opinião
ser construída também a partir da dialética temporal que citei, ou
seja, olhar para o antigo, mas não repeti-lo, porém fincado em suas
raízes comunicar aquilo que comunicavam para esta geração
presente.
Enfim, como parte guiadora deste
processo, nos meus pensamentos sobre nossa identidade dois
documentos, além daqueles que nossa igreja adota, tem me ajudado
muito, assim deixo o link de ambos logo abaixo.
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