quarta-feira, 21 de maio de 2014

Romanos para Nós



Romanos nos ensina que Cristo é substituto e redentor nosso, seu dom de salvação é uma resposta a ofensa de Adão. Se pelo segundo fomos condenados e pecamos, pelo primeiro somos chamados a redenção e somos feitos santos. Paulo, nesta carta, nos oferece o entendimento que não há obra, lei ou atitude de agência humana que nos faça se aproximar de Deus, o quadro, portanto, é desesperador e pessimista, entretanto, a resposta do apóstolo aponta para um fim de grande otimismo, pois não há pecado em demasia que a graça de Cristo, mediante a fé, não possa tornar limpo.

Mergulhado na graça, através da convicção da fé, temos a certeza da atitude transformadora que o Espírito de Deus opera em nós, a graça de Deus não é uma expressão barata, ela nos move para longe do pecado e nos livra de seu poder. Como uma chave, a graça de Deus destranca as algemas dos pecados que nos faziam trabalhar pela morte e em seu lugar nos concede o presente da vida eterna, outorgando em nosso coração a servência do viver em novidade do Espírito. Ter a graça de Cristo como meio salvífico é ser convertido e transformado.

A conversão e transformação da graça nos faz usufruir do gozo da santidade e nos abre as portas para a liberdade cristã, verdadeiramente o poder sobre toda concupiscência. A liberdade da graça, que frutifica em santidade, é também expressa no desejo operado pelo Espírito Santo de vivermos em serviço, de maneira tolerante e equilibrada, capaz de demonstrarmos uns aos outros que a santidade do Senhor não é inerte, mas um crescente movimento totalizante e de cunho transformador.

Para sintetizar tudo aquilo que Romanos nos passa, podemos usar dois símbolos como analogia, seriam o círculo e a espiral. O primeiro resume o caráter fechado de Romanos em seu sentido teológico; a epístola é perfeita, pura palavra de Deus, a carta revela todos os aspectos e processos gerais da obra soteriológica de Cristo, bem como suas consequências nos crentes, sejam estes judeus ou gentios; não há em suas linhas espaço para adendos naquilo que ela trata, ou seja, a salvação é ato de Deus, o amor por Deus é fruto do próprio Deus e é nossa fé no poder deste Deus amoroso e justo que nos leva a certeza de nossa salvação. O segundo símbolo, a espiral, nos toca em um sentido devocional de Romanos, toda e qualquer leitura desta carta- bem como da palavra de Deus em sua totalidade- nos leva para um nível mais abrangente de entendimento dos desígnios divinos em nossa vida, o ponto inicial pode ser condensando e localizado, contudo, o fim é abrangente e adinfinitum.


Por fim,  nós acreditamos que Romanos, assim como toda a Bíblia se lida de maneira atenta, revela a integralidade do chamado de Deus para seu povo. A salvação não é o último passo para o cristão- até porque não foi ele que deu- a salvação é o primeiro passo, após ela, há o chamado de amplificar sua experiência ao mundo em amor, servidão, sabedoria e liberdade. Romanos não ensina que nosso Deus é um Deus de espíritos, apenas. O Senhor de nossas vidas não está interessado só na condição de nossas almas, antes deseja tomar o controle de nossa totalidade, libertar o corpo, moldar a mente, fazer de cada um que chama por servo parte de um corpo saudável, santo e capaz de expressar aquilo que é a sua boa, perfeita e agradável vontade.  







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