terça-feira, 10 de novembro de 2015

O Culto Familiar como Preparação para a Adoração Pública.



Recentemente, li o livro “Redescobrindo o Tesouro Perdido do Culto Familiar” de Jerry Marcellino que me despertou para a temática e me permitiu a construção de uma série de posts sobre o assunto. Este é o primeiro deles. 

A igreja, se não o próprio cristianismo como instituição, nasce dentro dos lares e só depois ganha os grandes salões. No entanto, este hábito, que foi bastante popular entre os Puritanos já no período pós-reforma, com o passar dos anos se perdeu, transformando-se na contemporaneidade em um ato marginal na vivência cristã, fundamentada basicamente na figura da igreja e sua liderança. Em contraponto, os espíritas praticam reuniões familiares semanalmente, tais reuniões têm dois propósitos específicos: 1- fortalecimento do espiritismo no lar 2- promoção de tal doutrina, objetivos que foram nitidamente copiados da prática cristã.

Nestes artigos, falaremos do que acredito ser os passos mais interessantes para implementar esta prática na vida cristã, tendo por base um jovem recém-casado que ainda não possui filhos, que é o meu caso. Neste artigo específico, trataremos do culto familiar como preparação para a adoração pública.


Culto Familiar como Preparação para a Adoração Pública.

O culto familiar não é uma atividade isolada da nossa devoção individual ou daquela feita em culto público, na verdade ele é um grande incentivo para o enriquecimento das duas outras atividades. Isso ocorre porque através da piedade e devoção cultivada em família cada um de nós nos sentimos mais motivados para aprofundar nosso relacionamento com Deus nos outros horizontes possíveis deste relacionamento. 

Como cristãos, sabemos que a nossa prática deve ser permeada por uma ética cristã, nós temos a mente de Cristo ( 1. Corintios 2.16), nossa consciência transformada é inconformada com essa era ( Romanos 12. 2), ao contrário do mundo, entendemos que somos um corpo, responsáveis uns pelos outros em especial pelos fracos na fé ( Romanos 15.1) e pelos novos convertidos. É como corpo que devemos adorar, mesmo quando estamos sozinhos e isto só é possível quando entendemos o quanto se faz necessário o exercício da partilha do culto. 

Levando isso em consideração, podemos dizer que a vida cristã não é vivida só, a comunhão é parte da essência cristã.  Deus, em sua economia trinitária, revela a perfeita comunhão e nos ensina que através do exemplo como deve ser o nosso relacionamento para com o outro, no entanto muitas vezes no culto público - lugar onde deveríamos estar expressando isso de maneira explicitamente consagrada- perdemos de vista esta perspectiva e nos tornamos apenas uma multidão de estranhos que não reparte do pão do Cordeiro e nem senta em sua mesa. 

Nossa sociedade cada vez mais tem nos afastado do viver coletivamente e nos jogado em uma onda de individualismo que anula nossa capacidade de aprofundamento interior ( do exercício consciente da solidão como modo de se entender e entender a vontade de Deus), bem como de aprofundamento interativo. A Koinonia está em extinção nos recônditos do mundo. 

Apesar disso, O culto familiar pode ajudar na valorização  e promoção deste tesouro raro e ainda nos dar a consciência de como se comportar de maneira comungatória no espaço do culto público, pois ele nos ajuda a buscar a comunhão sem reservas ou contenções já que nós temos intimidade  com as pessoas que estão cultuando conosco no lar.

Por fim, no quesito devoção individual, o culto doméstico  proporciona a motivação necessária para o estudo contínuo da Bíblia e das coisas de Deus, pois leva ao compromisso da contínua consagração, aprendizado de louvores, reflexão bíblicas e práticas de oração em prol da responsabilidade firmada de cultuar a Deus em família

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