Porquanto foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude,e por intermédio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus, estabelecendo a paz pelo seu sangue vertido na cruz. Colossenses 1. 19-20
Estamos
chegando ao fim do período quaresmal marcado por um sentimento de
reflexão, arrependimento, caridade e piedade, aproxima-se então a
Paixão, a Páscoa e com ela um misto de alegria e sofrimento, de
tristeza e gratidão.
Páscoa,
festa originalmente judaica que celebrava a libertação do povo de
sua condição de escravo, festa que, se era festa, tinha na mesa o
pão asmo e as ervas amargas para acompanhar o vinho e o cordeiro,
demonstrando que a alegria ali sentida não era sem sentido maior,
mas um fruto de um ato de graça da parte de Deus.
Assim
também é para nós, pois se a epístola de Hebreus nos diz que a
velha aliança apontava para Cristo também seus significados contém
um apontamento para a trajetória de Jesus e sua relação conosco,
Cristo era, é e sempre será nosso derradeiro Cordeiro. Portanto,
assim como para os judeus a Páscoa lembrou a alegria da libertação
trazendo mesmo assim na comemoração o ranço de saber que um dia
foram escravos e que já não eram por iniciativa de Deus, por
vontade divina de relacionar-se, assim também deve ser para nós. A
Páscoa é um ato memorial de um evento histórico de efeitos e
origem eterna.
A Páscoa
cristã é o derradeiro sinal de Deus. O desejo expresso em sangue
que Ele é amoroso e anseia a relação com a humanidade, fazendo-se
na figura de seu Filho a própria passagem, a libertação eterna e
irrevogável para todos que creem. O cordeiro que enfrentou o amargo
da condição pecadora, para advogar e conquista o perdão, Ele, o
Cristo, Deus, a plenitude verdadeiramente levou sobre si nossas
transgressões e nos proporcionou liberdade, trazendo-nos das trevas
para sua maravilhosa luz, nos reconciliando.
A Páscoa
é felicidade, deve ser entendida e comemorada como tal, ela é
festa, mas também não deve ser destituída da profundidade de seus
significado. Ela é a festa que lembra do amor que nos constrange, a
festa que nos lembra a condição amarga na qual vivíamos e de que a
libertação de tal condição só foi possível através de um ato
de misericórdia.
Na Páscoa
recordamos que a nossa alegria significou a tristeza de Deus em um
dado momento histórico. Na Páscoa recordamos que nossa adoção só
foi possível porque em um dado momento histórico o Pai rejeitou o
Filho em sua miséria na cruz. Assim como, neste mesmo período
também lembramos que a morte foi derrotada de uma vez por todas, que
Cristo antes humilhado na cruz foi glorificado na ressurreição e
agora nos garante amplo e pleno acesso a presença de Deus, pela sua
justificação que é partilhada para nós.
Assim se há
uma palavra que talvez possa sintetizar o que expressa a Páscoa esta
palavra é comunhão. Que possamos então ter isso em mente ao tomar
do pão e do vinho da Eucarística, mas que também possamos cultivar
isso no nosso dia a dia. No abraço, na oração em todas as áreas
da vida.
Amém!
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