terça-feira, 22 de março de 2016

Páscoa: Comunhão!


Porquanto foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude,e por intermédio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus, estabelecendo a paz pelo seu sangue vertido na cruz. Colossenses 1. 19-20



Estamos chegando ao fim do período quaresmal marcado por um sentimento de reflexão, arrependimento, caridade e piedade, aproxima-se então a Paixão, a Páscoa e com ela um misto de alegria e sofrimento, de tristeza e gratidão.

Páscoa, festa originalmente judaica que celebrava a libertação do povo de sua condição de escravo, festa que, se era festa, tinha na mesa o pão asmo e as ervas amargas para acompanhar o vinho e o cordeiro, demonstrando que a alegria ali sentida não era sem sentido maior, mas um fruto de um ato de graça da parte de Deus.

Assim também é para nós, pois se a epístola de Hebreus nos diz que a velha aliança apontava para Cristo também seus significados contém um apontamento para a trajetória de Jesus e sua relação conosco, Cristo era, é e sempre será nosso derradeiro Cordeiro. Portanto, assim como para os judeus a Páscoa lembrou a alegria da libertação trazendo mesmo assim na comemoração o ranço de saber que um dia foram escravos e que já não eram por iniciativa de Deus, por vontade divina de relacionar-se, assim também deve ser para nós. A Páscoa é um ato memorial de um evento histórico de efeitos e origem eterna.

A Páscoa cristã é o derradeiro sinal de Deus. O desejo expresso em sangue que Ele é amoroso e anseia a relação com a humanidade, fazendo-se na figura de seu Filho a própria passagem, a libertação eterna e irrevogável para todos que creem. O cordeiro que enfrentou o amargo da condição pecadora, para advogar e conquista o perdão, Ele, o Cristo, Deus, a plenitude verdadeiramente levou sobre si nossas transgressões e nos proporcionou liberdade, trazendo-nos das trevas para sua maravilhosa luz, nos reconciliando.

A Páscoa é felicidade, deve ser entendida e comemorada como tal, ela é festa, mas também não deve ser destituída da profundidade de seus significado. Ela é a festa que lembra do amor que nos constrange, a festa que nos lembra a condição amarga na qual vivíamos e de que a libertação de tal condição só foi possível através de um ato de misericórdia.

Na Páscoa recordamos que a nossa alegria significou a tristeza de Deus em um dado momento histórico. Na Páscoa recordamos que nossa adoção só foi possível porque em um dado momento histórico o Pai rejeitou o Filho em sua miséria na cruz. Assim como, neste mesmo período também lembramos que a morte foi derrotada de uma vez por todas, que Cristo antes humilhado na cruz foi glorificado na ressurreição e agora nos garante amplo e pleno acesso a presença de Deus, pela sua justificação que é partilhada para nós.

Assim se há uma palavra que talvez possa sintetizar o que expressa a Páscoa esta palavra é comunhão. Que possamos então ter isso em mente ao tomar do pão e do vinho da Eucarística, mas que também possamos cultivar isso no nosso dia a dia. No abraço, na oração em todas as áreas da vida.

Amém!





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