Recentemente, li o livro “Redescobrindo o Tesouro Perdido do Culto Familiar” de Jerry Marcellino que me despertou para a temática e me permitiu a construção de uma série de posts sobre o assunto. Este é o primeiro deles.
A igreja, se não o próprio cristianismo como instituição, nasce dentro dos lares e só depois ganha os grandes salões. No entanto, este hábito, que foi bastante popular entre os Puritanos já no período pós-reforma, com o passar dos anos se perdeu, transformando-se na contemporaneidade em um ato marginal na vivência cristã, fundamentada basicamente na figura da igreja e sua liderança. Em contraponto, os espíritas praticam reuniões familiares semanalmente, tais reuniões têm dois propósitos específicos: 1- fortalecimento do espiritismo no lar 2- promoção de tal doutrina, objetivos que foram nitidamente copiados da prática cristã.
Nestes artigos, falaremos do que acredito ser os passos mais interessantes para implementar esta prática na vida cristã, tendo por base um jovem recém-casado que ainda não possui filhos, que é o meu caso. Neste artigo específico, trataremos da última parte da série de posts sobre o assunto Como fazer um culto familiar.
Coerência
e Flexibilidade
A
primeira coisa é que todos os membros da família precisam estar
envolvidos, especialmente se a família for pequena- um jovem casal
sem filhos, como é o caso do meu contexto, pois sem isto o culto
doméstico não ocorrerá. Mas, além da convicção mútua é
necessário coerência e flexibilidade, o compromisso é de amor e
não de obrigação, isso deve estar claro para todos, antes que algo
comece. Um culto familiar é uma oportunidade para o aprofundamento
do conhecimento sobre Deus, mas isso só ocorrerá se o amor for
aquilo que move os corações para o momento de intimidade com Deus.
Onde
e quando fazer o Culto Doméstico?
Não
existe lugar ideal para que um culto familiar seja feito, não
importa se for em um jardim ou na mesa, o crucial é que todos se
sintam confortáveis, atentos e concentrados uns aos outros. Em meu
caso, a mesa e a sala de estar são lugares muito bons porque
frenquentemente eu e minha esposa estamos fazendo coisas juntas
nestes ambientes o que torna tudo mais fácil. O
mesmo pensamento ocorre quando pensamos em horário, não existe um
horário correto para que cultos domésticos sejam feitos, a única
regra é que seja um período confortável para todos os integrantes
da família, livre de preocupações. As noites são este momento
para mim e para minha esposa, pois é quando estamos livres dos
nossos afazeres cotidianos.
O Tripé do Culto Familiar
Os
elementos que formam o tripé do culto familiar são os mesmos que
sustentam o culto público: oração, louvor, e palavra. Assim, eles
devem estar presentes e se possível de maneira dinâmica e
distribuída para que todos exercitem a humildade e entendam que
devem participar de todos os elementos do culto ativamente
O louvor
O
louvor ensina, edifica e liberta. Ele é um mandamento de Deus para
nossa adoração a Ele “Aclamai o SENHOR, terra inteira! Louvem-no
com cânticos de júbilo e ao som de música!” (Salmo 98.4) e por
isso deve fazer parte do culto familiar. Através do louvor
doméstico, eu e minha esposa nos sentimos motivado a estudar um
pouco mais de música, além disso o louvor em contexto de culto
familiar nos ajuda a estudar teologicamente as músicas que cantamos
e entender se o que de fato se canta é uma música de caráter
genuinamente voltado a adoração.
A palavra
O
culto familiar é um momento de aprendizado para toda a família e a
palavra deve ser o centro de um culto doméstico, pois através dela
fortalecemos nossa fé e nos motivamos a estudar com afinco em nossas
devocionais individuais. Eu e minha esposa nos revesamos na
apresentação e ensino no culto familiar no intuito de que sempre
esteja nos nossos lábios para que tenhamos cuidado de agir conforme
o que na Palavra está escrito. ( Josué 1.8)
A oração
No
culto familiar temos o espaço para exercitar a oração em
comunidade e para aprendermos como e pelo que orar, as orações que
faço com minha esposa em contexto de culto doméstico tem me
ensinado a ser mais sensível para as necessidades daqueles que estão
ao meu redor, assim como eu tenho-a ajudado a orar por missões.
Estes momentos de oração em comunidade nos aproxima um do outro e
nos motiva a nos aproximar em oração da comunidade onde congregamos
e vivemos.
CONCLUINDO:
A EFICÁCIA DO CULTO FAMILIAR
Por
fim, precisamos tomar consciência que o culto familiar é formador,
nos ajuda a fincar raízes profundas no evangelho e estabelecer bons
exemplos de vida cristã piedosa. Dentro do culto doméstico
construímos uma identidade cristã mais sólida e preparada.Ele
também é um espaço de influência e evangelização, tanto de
familiares ainda não crentes quanto de amigos que recebendo um
convite desejem participar conosco deste momento importante. No
meu caso, o culto familiar ajuda a mim e minha esposa a nos mantermos
em comunhão um com o outro, através do estudo da palavra, oração
e louvor, nos edificamos no amor e aprendemos a evitar as discussões
fúteis, caminhando de maneira saudável na estrada do matrimônio. O
culto familiar nos ajuda a vestir a armadura de Deus ( Efésios
6.11), manejar a palavra da verdade ( 2. Timóteo 2:15), tardar no
falar ( Tiago 1:19) e nos dá a capacidade de apoiar um ao outro em
amor. O culto em família é uma espécie de seminário íntimo onde
juntos podemos crescer na graça e perfeição.
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