Essa semana eu experimentei um intenso sentimento de tristeza,
desânimo e melancolia. Como diz o salmo 31 em seu verso 10 a
tristeza acabou com minhas forças. Respirar, fazer as coisas
mais banais se mostraram um desafio enorme. Em dias como esses, a
vida parece perder todo e qualquer sentido e de fato as lágrimas,
mesmo que elas sejam apenas mentais, fazem com que a existência se
encurte nos mais diversos sentidos.
Infelizmente, a primeira coisa que muita gente procura quando se
sente assim é um médico ou um medicamento, após se consultar no
Google. Não que eu desacredite que os sofrimentos psíquicos existam
e que devem ser tratados, todavia, é salutar saber que há tristezas
e tristezas e que nem sempre isso significa um sintoma de depressão,
muito menos que depressão se trata em todos os casos e unicamente de
forma medicamentosa.
No que toca aos sofrimentos da mente, a lógica biomédica não é a
detentora de todas as verdades, existem outros caminhos quando
falamos sobre a emoção e seus conflitos. Por vezes, se faz preciso
um olhar mais sensível que afaste a tristeza da doença, reconheça
pessoa e sofrimento e una efeito (sofrimento) com a causa (motivo
pelo qual se sofre). Em suma, a terapêutica é maior do que a droga.
O fato é que é possível entender também o mergulho na tristeza
como um momento importante na trajetória da vida. O sofrimento por
si só pode ser o que precisamos, tanto para amadurecermos em um
processo de autoconhecimento, quanto em um processo de conhecimento
de Deus, se o encararmos em uma perspectiva religiosa. Tenho
aprendido que há lugares que só a estrada da tristeza pode nos
levar, mas também constato que na atualidade essa é uma estrada que
todos querem evitar. Como disse em um certo vídeo, uma certa
psicanalista, precisamos sofrer mais porque o sofrimento
alarga a alma!
Sentir tristeza, ter dificuldade de encontrar um sentido naquilo que
estamos fazendo pode significar a chance de confirmarmos se estamos
seguindo a direção certa ou não. Pode ser uma oportunidade de
chegarmos no colo de Deus e nos confortarmos em seu amor. Pensando
dessa maneira, vale a pergunta: será que não estamos jogando fora a
oportunidade de sermos mais felizes quando escolhemos medicalizar o
sofrimento, apagando a dor?
Enquanto escrevo isso, ainda estou sentindo a melancolia bater no
coração. Porém, na manhã do dia em que este texto foi redigido,
fiz um devocional e mais uma vez entreguei meu coração para Deus e
isso foi bom, porque eu percebi que não há mergulho na tristeza que
seja tão profundo quanto a esperança do amor de Deus. E bem...eu
sei que essa minha experiência só faz sentido em um discurso que é
alimentado pela minha fé, mas não constata a MPB que a fé não
costuma falhar? Então porque não ir andando com fé?
Se você está triste, mergulhado na tristeza de maneira profunda ou
mesmo sofrendo com algum transtorno mental, tal como a depressão,
respire fundo, olhe ao seu redor e se lembre que apesar da dor, da
dificuldade e de todas as mazelas que acompanham a tristeza esse é
apenas mais um dia, um dia depois do outro pode mudar tudo que
estamos vivendo, afinal, nunca saberemos o que virá, mesmo que nossa
ansiedade às vezes ache que sim.
Na dúvida e no desespero, deixo aqui uma receita que nunca me falhou,
ela está escrita no verso 5 do Salmo 31 Nas tuas mãos entrego
minha vida. Tu me salvarás, ó Senhor, porque tu és Deus fiel.
Confie e o Espírito de Deus pairará sobre suas águas, dando
forma a sua terra. Certamente, Deus não falhará.
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