Recentemente,
li o livro “Redescobrindo o Tesouro Perdido do Culto Familiar”
de Jerry Marcellino que me despertou para a temática e me permitiu a
construção de uma série de posts sobre o assunto. Este é o
primeiro deles.
A
igreja, se não o próprio cristianismo como instituição, nasce
dentro dos lares e só depois ganha os grandes salões. No entanto,
este hábito, que foi bastante popular entre os Puritanos já no
período pós-reforma, com o passar dos anos se perdeu,
transformando-se na contemporaneidade em um ato marginal na vivência
cristã, fundamentada basicamente na figura da igreja e sua
liderança. Em contraponto, os espíritas praticam reuniões
familiares semanalmente, tais reuniões têm dois propósitos
específicos: 1- fortalecimento do espiritismo no lar 2- promoção
de tal doutrina, objetivos que foram nitidamente copiados da prática
cristã.
Nestes
artigos, falaremos do que acredito ser os passos mais
interessantes para implementar esta prática na vida cristã, tendo
por base um jovem recém-casado que ainda não possui filhos, que é
o meu caso. Neste artigo específico, trataremos do culto
familiar como preparação para a adoração pública.
Culto
Familiar como Preparação para a Adoração Pública.
O
culto familiar não é uma atividade isolada da nossa devoção
individual ou daquela feita em culto público, na verdade ele é um
grande incentivo para o enriquecimento das duas outras atividades.
Isso ocorre porque através da piedade e devoção cultivada em
família cada um de nós nos sentimos mais motivados para aprofundar
nosso relacionamento com Deus nos outros horizontes possíveis deste
relacionamento.
Como
cristãos, sabemos que a nossa prática deve ser permeada por uma
ética cristã, nós temos a mente de Cristo ( 1. Corintios 2.16),
nossa consciência transformada é inconformada com essa era (
Romanos 12. 2), ao contrário do mundo, entendemos que somos um
corpo, responsáveis uns pelos outros em especial pelos fracos na fé
( Romanos 15.1) e pelos novos convertidos. É como corpo que devemos
adorar, mesmo quando estamos sozinhos e isto só é possível quando
entendemos o quanto se faz necessário o exercício da partilha do
culto.
Levando
isso em consideração, podemos dizer que a vida cristã não é
vivida só, a comunhão é parte da essência cristã. Deus, em
sua economia trinitária, revela a perfeita comunhão e nos ensina
que através do exemplo como deve ser o nosso relacionamento para com
o outro, no entanto muitas vezes no culto público - lugar onde
deveríamos estar expressando isso de maneira explicitamente
consagrada- perdemos de vista esta perspectiva e nos tornamos apenas
uma multidão de estranhos que não reparte do pão do Cordeiro e nem
senta em sua mesa.
Nossa
sociedade cada vez mais tem nos afastado do viver coletivamente e nos
jogado em uma onda de individualismo que anula nossa capacidade de
aprofundamento interior ( do exercício consciente da solidão como
modo de se entender e entender a vontade de Deus), bem como de
aprofundamento interativo. A Koinonia está em extinção nos
recônditos do mundo.
Apesar
disso, O culto familiar pode ajudar na valorização e
promoção deste tesouro raro e ainda nos dar a consciência de como
se comportar de maneira comungatória no espaço do culto
público, pois ele nos ajuda a buscar a comunhão sem reservas
ou contenções já que nós temos intimidade com as
pessoas que estão cultuando conosco no lar.
Por
fim, no quesito devoção individual, o culto doméstico proporciona
a motivação necessária para o estudo contínuo da Bíblia e das
coisas de Deus, pois leva ao compromisso da contínua consagração,
aprendizado de louvores, reflexão bíblicas e práticas de oração
em prol da responsabilidade firmada de cultuar a Deus em família
.
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